domingo, 7 de dezembro de 2008

Ontologia do Valor

Tanto o empirismo quanto o racionalismo, paradoxalmente, comungam de uma precedência causal necessária para se analisar um fenômeno que se nos apresenta à percepção. O método fenomenológico nos indica, porém, que é possível que a própria faticidade do fenômeno possa ser sua causa, isto é, sua razão de existir está em sua própria existência, e seus sentidos, significados e seus componentes essenciais podem apenas representar os afetos e intencionalidades de um sujeito em relação com o fenômeno.

Marx ontologiza o valor colocando como substância do mesmo, isto é, sua causa, o trabalho contido na elaboração do produto. E o tempo despendido nele é a forma capitalista de medir esse trabalho. Só enquanto mercadoria, o tempo pode ser medida do trabalho, mas apenas como método arbitrário de medição. O próprio trabalho, ou a capacidade de faze-lo, requer tempos despendidos de estudo, dedicação, treinamento, preparação e etc. Logo, cada trabalho parece ter seu próprio valor, ainda sim, atribuído arbitrariamente por um sistema de mercado que precisa de medidas padrão para comparação e equivalência de valor entre as mercadorias a serem mediadas por unidades monetárias. Isto é, existe uma consciência intencional por traz do sentido existencial do tempo como medida do trabalho.

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